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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Regina,Meu amor.

Olá meninos. Pois é. A vida prega peças na gente e não acreditamos nela. perdi meu amor dia 04 de janeiro de 2012. Linda e forte, infelizmente perdeu a guerra contra o câncer. Por isso,escrevi este texto. E, aproveitando, vou republicar meus textos. Beijos a todos.

Doce Janeiro

Luís Cláudio Ragioto

Não me lembro bem por quê, aliás, memória nunca foi meu forte, mas estava em Curitiba. Era o ano de 1985. Acho que viajei com minha mãe em visita aos parentes que moravam lá. Bom, em segredo, eu tinha motivos suficientes para querer estar lá, e por isso todo o resto é irrelevante.

Meus motivos eram longos cabelos louros, olhos castanhos claros, vivos ao extremo, um grande e delicioso sorriso, marcado pelos dentinhos da frente ligeiramente tortos, um charme especial, que atendia pelo nome de Maria Regina. Ela foi a mulher que amei verdadeiramente. Não que não tenha amado outras, mas a ela entreguei meu coração completamente e com ela dividi minha alma. Para completar, ela me deu dois filhos lindos.

De temperamento forte, tinha o dom de agregar pessoas para trabalhar com ela. Não importava o que fizesse, ela se dava bem. Professora de catequese na adolescência, líder nata, contadora por profissão e professora por amor, deixou um legado que levará anos para ser esquecido.

Bom, vamos voltar ao ano de 1985.

Eu já tinha 16 anos, e ela completaria 15 em fevereiro. Estávamos em janeiro.

Já contei que era apaixonado por ela?? Não?? Bom, eu era. Não sabia, ainda, o que tudo aquilo significaria no futuro, mas a amava.

Amante da poesia de Mário Quintana e leitora ávida, havia escrito um caderno de poesias no ano anterior. Na verdade, Reuniu os mais belos poemas dos mais diversos poetas: Drummond, Quintana, Vinícius, Pessoa. Guardava aquele caderninho com muito carinho, afinal, era seu tesouro.

Enquanto ela era uma menina precoce, doce e inteligente, eu era um garoto bobão, presunçoso, metido. E confesso: galinha.

Mesmo assim, ela foi capaz de me amar.

Dia desses, minha filha encontrou esse caderno de poesias. Fiquei feliz, pois nem me lembrava dele. Ela o leu, adorou as poesias. Perguntou sobre ele. Aí, me mostrou uma coisa que me deixou muito feliz. No caderno há uma dedicatória:

“Luís Cláudio,

Que este caderno seja guardado com todo amor e carinho.

Que, cada vez que o ler, lembre-se de mim. De quem te quer muito.

Maria Regina.

04/01/1985.”

Uma ironia feliz, pois ela partiu para os Céus com toda serenidade 27 anos depois, no dia 04/01/2012.

Que Deus te abençoe, meu amor. 25/01/2012.

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