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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Estou de volta ?

Boa noite amigos. Depois de muito tempo, volto aqui. engraçado, faz tempo que não choro, falo com naturalidade sobre a passagem dela e a encaro como uma bênção, afinal, ela sofreu pouquíssimo os efeitos do câncer. Mas faz uns dias que algo tem me incomodado. Como ainda não decifrei o que seja, gostaria de escrever umas palavras aqui. Notem: nada é novo. Tudo isso já foi dito ou escrito por alguém, mas é assim que tenho vivido todos esses longos dias. 
Tenho procurado sorrir o máximo que posso. Não é fácil: o riso tem gosto amargo em minha boca. Por isso, sorriam meus amigos! Sorriam por mim. Não! Sorriam por ela. O sorriso acalma os corações e atrai outros sorrisos. 
Visitem seus amigos, mesmo que apenas para falar um oi. Afinal, foram eles que ficaram e são eles que lhes estenderão as mãos caso precisem. 
Digam coisas boas. A Regina dizia que o coração só falava daquilo que está cheio nosso coração. Por isso, esqueçam as pragas, maldições, xingamentos (esse último é difícil para mim! rsrsr) Elogiem. Elogiem sempre, mas com verdade no coração. Substituam a amargura do "eu te odeio" pelo "como eu gosto de você". 
Contem até 10, sempre: no trabalho, no trânsito, na escola, na cama. Contar até 10 pode trazer muitos sorrisos a curto, curtíssimo prazo. 
E, para finalizar, perdoem. façam disso um exercício diário. Esquecer é difícil (ela me medisse isso uma vez), mas comece com o perdão. 
Que Deus abençoe a todos.

Boa noite

Ando sumido ultimamente. Não me acho em mim mesmo. Por onde ando, não sei. Um abraço e até logo amigos. 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

minuta do curso de comunicação empresarial - FCV

Bom dia meninos. Assim que aprender como inserir links, posto a minuta do curso aqui. Um abraço 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Gota e a Lágrima

Olá amigos. Espero que gostem.


A gota e a lágrima
Luís Cláudio Ragioto

A gota e a lágrima
São parecidas.
Quando vêm,
É impossível contê-las.
Algumas são suaves
E duram uma eternidade.
Outras são breves e intensas.
Há as imperceptíveis
Até que nos molham por completo.
Existem aquelas que entram e nosso sapato
Furado pelo tempo de uso.

A lágrima
Tem gosto de mar
Tem gosto de sal
Tem gosto de fel
Tem gosto de biscoito passatempo.
Nasce do coração e brota no olhar
Lava nossa alma
Às vezes vem na solidão
Na multidão
Na noite mais escura
Na claridade do dia
Na alvorada
No crepúsculo.

A gota
Tem gosto de nada
Tem gosto de tudo
Nasce no céu
Brota da flor
Molha a terra
Ajuda a fecundá-la
Traz esperança
Às vezes dor
Saudade
Sofrimento
Alegria
Alegria
Alegria.

A gota e a lágrima
Ambas me trazem você.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sobre o BBB

Quando George Orwell escreveu o livro 1984, imaginando um sociedade que fosse constantemente vigiada pelo Big Brother, duvido que ele tenha sequer imaginado que um dia isso seria possível. Pois é. No Brasil, já estamos na décima segunda edição. Tirando peitos, bundas, sarads e mentalmente afetados, não é sobre a programação global nem sobre os mostrinhos que nasceram em outras emissoras.  Quero falar aqui do alcance da mídia que elevou o pensamento do pão e circo romanos à categoria de evento universal.
Aonde quero chegar? Bom, ao efeito sensacionalista da mídia sobre qualquer assunto e sua capacidade de tornar o particular um evento para voyeur algum reclamar.
A bola da vez é o julgamento de um cara aí que sequestrou e matou a namorada e, de lambujem, deixou cicatrizes (físicas) no corpo da amiga, e emocionais nos familiares e amigos da menina.
Afinal, o Brasil todo tem interesse em saber a quantos anos o rapaz será condenado, as estratégias da defesa e da promotoria, as lágrimas dos familiares, enfim, tudo isso.
Qual a vantagem desse cas em relação ao BBBBBBBBBBBBB?? Ele é de graça, pois não custa 31 centavos mais impostos e com certeza alguém vai sair ferrado quando isso tudo acabar. Um abraço amigos. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Confusão

Oi Meninos. mais uma vez estou aqui tentando recomeçar. Tudo é muito difícil. Nem tem como dizer exatamente o que sinto. A única certeza que tenho é que a falta dela é gigantesca. Contudo, como só nos filmes as coisas terminam com um passe de mágica, estamos aqui para continuar. Que Deus abençoe, Regina, meu grande amor e lhe dê um cantinho todo especial no céu. Saudades meu amor.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Re-postagem II, a missão

Oi Meninos. Continuando a missão de reavivamento do blog, aqui vai mais um texto. Espero que se divirtam. Beijos e abraços e que Deus os abençoe.
Agonia

Luís Cláudio Ragioto

Não havia medo em seus olhos. Apenas esperava. Muitas coisas passavam pela sua cabeça. Glória, onde estaria agora? Que diabos acontecera com o carro pela manhã? Não possuía as respostas. Olhou o relógio. 3 e 30. O que estava acontecendo? De relance, parecia-lhe que os mosaicos na parede preta e branca, como um tabuleiro, deslocavam-se devagar. Olhou o relógio. Engraçado, podia jurar que era mais tarde... Caras, caras e mais caras. Não via vejas ou exames, apenas caras na estante de madeira escura e velha. Os pequenos gnomos, três, olhavam-no. Teve a impressão de que riam dele. Bobagem. Você tem 30 anos e agora deu para ilusões? Riu. Olhou de novo. Os dois gnomos estavam lá. Olhando para ele e rindo dele. Agora ficou cego? A sensação provocada pela dor lancinante o incomodava. Reparou um pequeno cordão que se estendia da estante até o chão. Esse cordão não estava aí, pensou. Batimentos acelerados, sentou-se melhor na cadeira. Respirou. O gnomo olhava fixamente para ele, e seu riso cruel começou a afligi-lo. Em plena luz do dia, eu, tendo alucinações! Neste momento, sentiu um fisgada no pé esquerdo. Olhou assustado e recolheu o pé. Não viu nada. Não. Havia visto algo sim. Muito rápido. Mas vira. Pôs o pé no chão novamente e, se não estivesse acordado, poderia jurar que na estante havia estatuetas de gnomos. Outra fisgada, agora seguida pela terrível sensação de que alguma coisa subia-lhe pela perna. Ouvia vozes e gargalhadas, muito sutis. Um medo apossou-se dele. Eram os gnomos! Outra fisgada, agora na coxa. Não poderia ser uma ilusão. Elas não doem! A respiração ofegante, acompanhada pela agonia da imobilidade (ficava assim quando tinha medo), tomaram conta daquele robusto homem. Viu, então, o sorriso cruel e uma agulha. Eram os gnomos, prestes e perfurar-lhe as coisas (o horário me impede de ser mais preciso),e então fez a única coisa que pôde, quando a agulha fez seu trabalho: gritou!

— Senhor, é a sua vez. O dentista o aguarda.

Disfarçadamente, olhou para a estante. Os gnomos estavam lá. Com alívio, também viu que suas coisas estavam ali.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Re-postando

Oi, meninos. Aqui vai novamente a publicação de alguns textos meus. Muito obrigado.

Festa de Casamento

Luís Cláudio Ragioto

Sou filho da Ditadura. Quando nasci, um mês antes do Ato Institucional número 5, o famoso AI5, o país atravessava um momento difícil. O Regime Militar limitava a liberdade das pessoas através da censura e de outros meios não tão legais como se fazia supor. Havia uma resistência, principalmente dos intelectuais e a música servia também como meio de manifestação social e crítica ao Governo. Era a época dos grandes festivais de música popular brasileira, da vitória na Copa do Mundo no México, e o mundo ficou maravilhado com aquela seleção que tinha, entre outros nomes, Pelé, Jairzinho, Gérson e Carlos Alberto. Mas este texto não vai falar desse período, mas sim de um episódio de minha infância, sobre o qual as lembranças já não parecem ser reais.

Filho de pessoas humildes e com numerosos parentes (meu pai tinha nove irmãos e minha mãe, 11), cresci alheio aos acontecimentos do mundo, vivendo em um mundo feliz sem grandes complicações.

Naquela época, as coisas eram bem mais difíceis e tomar um refrigerante era em ocasiões especiais. Um iogurte a gente só via quando ficava doente, e olha lá. Por isso, as festas de casamento, os batizados e velórios eram festejados. Nos casamentos, tínhamos a oportunidade de comermos pão com carne moída, uma verdadeira iguaria aos olhos de uma criança. Mas o momento mágico era quando podíamos tomar uma sodinha. Havia todo um ritual. Pegávamos a sodinha e logo alguém aparecia com um prego para furarmos a tampinha. Que delícia era sentir o gás entrando pelo nariz e descendo queimando a garganta!!! O engraçado era que ninguém pegava tétano.

E foi num acontecimento desses que conheci a história que vou contar para vocês. Juro que tudo é verdade, e que, no máximo, vou exagerar um pouquinho.

Era o dia do casamento do Tio Anjo (Ângelo, na verdade, o irmão caçula de meu pai). A gente comia aquele macarrão típico italiano, com muito molho e almôndegas suculentas, já que o casamento no civil tinha sido de manhã e só haveria o almoço.

Tudo corria bem até que alguém resolver abrir a caixa de pandora da família e liberar aquelas histórias que a gente tenta esconder as todo custo mas não adianta: tem sempre alguém que lembra.

Como disse, não sei quem, lembrou da época em que a Tia Merca (América para os íntimos) estava grávida e resolveu ter um daqueles desejos que só grávida tem. Bom, durante minha vida, vi todo tipo de histórias: teve a do cara que atravessou a cidade a pé com uma melancia nos braços; a do outro que saiu de madrugada (quando só os bares ficavam abertos) para comprar chocolate para a esposa, de moto, numa noite de inverno chuvosa e gelada e comprou o chocolate errado, mas a vontade da tia Merca nunca foi superada.

Bom, foi assim: Meu avô tinha uma cadela daquelas policiais. Eu explico. Pobre chama de cachorro policial aquele que é grande, peludo, preto e tem tanta mistura que só se sabe que é um cachorro, raça mesmo, não tem. O nome dela era Diana. E ela era brava feito o cão (com o perdão do trocadilho!). Ninguém chegava perto da cadela, a não ser o Tio Miro (Valdomiro, de nascimento), que era quem a alimentava. Nem meu avô conseguia fazer isso.

Num belo dia de verão (adorei essa sentença), a cachorra escapoliu da corrente e voltou no final da tarde, toda machucada e com a parte inferior da mandíbula inchada, depois de sua curiosidade canina tê-la feito morder uma colmeia de abelhas que havia caído de uma árvore que ficava no quintal de minha avó. Como ela era negra como a noite, ficou com uns beiços gigantes e brilhosos. E mais cachorra do que nunca.

A Tia Merca, como ia dizendo, teve uma vontade de grávida.... Cismou de morder a boca dela (assim mesmo, um cacófato). Em vão, os irmãos e minha avó tentaram fazer com que desistisse dessa ideia, mas nada deu resultado.

Então, pensou-se o impensável e um plano foi arquitetado: os cinco irmãos iriam segurar a cachorra para que minha tia mordesse aqueles suculentos beiços inchados. Dirigiram-se contra aquele animal assustado, acorrentado e confuso. Pela frente, o Tio Miro. Pelos lados, o Tio Anjo (Ângelo) e meu pai, o Nego (Osmar) e, por trás, o Tio Kilau (o Claudomiro). O Tio Dema tinha que trabalhar naquele dia e por isso não estava. O marido da Tia Merca, o Tio Romeu (Romeu mesmo: esse não tinha apelido), disse que não tinha nada a ver com isso e ficou sentado na soleira da porta, ao lado de uma cerveja e com um cigarrinho na boca, rindo de tudo aquilo. A favorecida, a Tia Merca, ansiosa, dava ordens para todo mundo ao mesmo tempo.

Tudo corria bem. Todos executando muito bem sua tarefas, mas Diana, do alto de sua sabedoria canina, resolveu perverter a ordem das coisas e questionar os poderosos. Num acesso de raiva e ferocidade inesperada (pelo menos para os humanos ali presentes), ela rompeu a corrente que a segurava e disparou contra seus agressores. Foi uma loucura. Imagine quatro homens enormes e uma cachorra, todos tentando cuidar de seu bem-estar. Na frente, o Tio Kilau correndo e desviando sua bunda das dentadas da cadela. O meu pai, fugindo para o outro lado, não viu o Tio Anjo parado, com a expressão catatônica, e o atropelou. Calculo que ele deve ter sido jogado a uns três metros de distância, caindo de costas sobre o chão batido de terra do quintal da casa da Vó Ana.

Pega ela Nego, gritava a Tia Merca. O tio Romeu, dando gargalhadas, nem lembrada a sua cerveja e as outras mulheres todas reclamando do poeirão que a correria dos homens levantava.

Isso tudo durou algum tempo até que, cansada, exausta e conformada com a sua situação de evidente inferioridade mental, afinal, o que tem demais uma mordidinha no beiço, Diana desistiu de correr e se entregou. Foi agarrada e levada á força para seu carrasco. A Tia Merca, babando, olhou aqueles beiços deliciosos e tascou-lhe uma dentada. Todos ouviram o gemido surdo, graças à boca fechada à força. Ouvindo os homens contando o evento durante o almoço, tive a impressão de que aquela cena durou muitos dolorosos.

Passada a vontade, minha tia abandonou a boca de Diana e os homens a soltaram. Quando se viu livre, a indefesa cachorra desapareceu através do pomar. Anjo, Miro e meu pai finalmente descansaram.

Tudo voltou à normalidade até que perceberam que um dos irmãos não estava presente. Durante dois dias, procuraram o tio Kilau por todos os lados e nada. Finalmente, no finalzinho da tarde, ele apareceu. Estava todo arranhado, machucado, com a roupa rasgada. Sobre o que aconteceu, ele não disse nada. Mas o mais estranho de tudo é que ninguém entendeu o que acontecera com uma paineira que apareceu com os galhos quebrados e toda cheia de marcas.

Regina,Meu amor.

Olá meninos. Pois é. A vida prega peças na gente e não acreditamos nela. perdi meu amor dia 04 de janeiro de 2012. Linda e forte, infelizmente perdeu a guerra contra o câncer. Por isso,escrevi este texto. E, aproveitando, vou republicar meus textos. Beijos a todos.

Doce Janeiro

Luís Cláudio Ragioto

Não me lembro bem por quê, aliás, memória nunca foi meu forte, mas estava em Curitiba. Era o ano de 1985. Acho que viajei com minha mãe em visita aos parentes que moravam lá. Bom, em segredo, eu tinha motivos suficientes para querer estar lá, e por isso todo o resto é irrelevante.

Meus motivos eram longos cabelos louros, olhos castanhos claros, vivos ao extremo, um grande e delicioso sorriso, marcado pelos dentinhos da frente ligeiramente tortos, um charme especial, que atendia pelo nome de Maria Regina. Ela foi a mulher que amei verdadeiramente. Não que não tenha amado outras, mas a ela entreguei meu coração completamente e com ela dividi minha alma. Para completar, ela me deu dois filhos lindos.

De temperamento forte, tinha o dom de agregar pessoas para trabalhar com ela. Não importava o que fizesse, ela se dava bem. Professora de catequese na adolescência, líder nata, contadora por profissão e professora por amor, deixou um legado que levará anos para ser esquecido.

Bom, vamos voltar ao ano de 1985.

Eu já tinha 16 anos, e ela completaria 15 em fevereiro. Estávamos em janeiro.

Já contei que era apaixonado por ela?? Não?? Bom, eu era. Não sabia, ainda, o que tudo aquilo significaria no futuro, mas a amava.

Amante da poesia de Mário Quintana e leitora ávida, havia escrito um caderno de poesias no ano anterior. Na verdade, Reuniu os mais belos poemas dos mais diversos poetas: Drummond, Quintana, Vinícius, Pessoa. Guardava aquele caderninho com muito carinho, afinal, era seu tesouro.

Enquanto ela era uma menina precoce, doce e inteligente, eu era um garoto bobão, presunçoso, metido. E confesso: galinha.

Mesmo assim, ela foi capaz de me amar.

Dia desses, minha filha encontrou esse caderno de poesias. Fiquei feliz, pois nem me lembrava dele. Ela o leu, adorou as poesias. Perguntou sobre ele. Aí, me mostrou uma coisa que me deixou muito feliz. No caderno há uma dedicatória:

“Luís Cláudio,

Que este caderno seja guardado com todo amor e carinho.

Que, cada vez que o ler, lembre-se de mim. De quem te quer muito.

Maria Regina.

04/01/1985.”

Uma ironia feliz, pois ela partiu para os Céus com toda serenidade 27 anos depois, no dia 04/01/2012.

Que Deus te abençoe, meu amor. 25/01/2012.